
Escrito por Andrea Turra Sala
A boca é a estrutura do nosso corpo que mais sofre intervenções durante a vida. Não por nada que a Odontologia é a área das ciências da saúde que mais disponibiliza materiais, pois restaurar, tratar e manter estruturas que sofrem com umidade constante e cargas gigantescas é um desafio e tanto. O que os profissionais da odontologia buscam nos materiais odontológicos é resistência à corrosão, excelente biocompatibilidade e estabilidade, dureza compatível com a do esmalte e baixa condutividade térmica..
Se pararmos pra pensar, cada dente é um prolongamento direto do nosso cérebro. Pensemos que não se pode separar a boca do corpo nem o corpo da boca, e eles têm ligação com órgãos, sistemas e demais estruturas anatômicas.
Ligas metálicas começaram a ser utilizadas na China ainda no século VII, com a finalidade de preencher as cavidades dos dentes, e há cerca de 150 anos estão presentes nos consultórios odontológicos.
Mais recentemente, por meio de evidências científicas, os profissionais da Odontologia começaram a se questionar se tais ligas metálicas fazem mal aos pacientes e aos dentistas.
Porém, o que realmente deveríamos nos questionar é se algum dia elas realmente foram seguras.
Na década de 70, o Congresso americano exigiu que a FDA avaliasse a segurança de todos os dispositivos médicos e odontológicos, exigindo aprovação pré-comercialização.
Curiosamente, o amálgama dentário foi isento pela FDA, como se as restaurações dessa liga de metais não causasse dano algum á saúde.
Os amálgamas podem conter diferentes concentrações de diversos metais, entre eles prata, cobre, zinco, estanho e mais de 50% de mercúrio (que é 10 x mais tóxico para os neurônios do que o chumbo).
Essa liga se “gruda” (por isso o nome de amálgama) e quando colocada na cavidade dentária previamente preparada de forma retentiva (pois a liga metálica não adere ao dente) ela endurece, se tornando altamente resistente e rígida, possuindo alta condutividade térmica (esquenta demais), porém, instável frente aos seus componentes e a volatilidade de mercúrio, uma vez que os vapores tóxicos presentes nele são liberados devido à temperatura da cavidade bucal, às mudanças de pH (que ocorrem a todo instante) e cada vez que nós ocluímos (mastigamos). Por ser rígida demais, a liga não consegue absorver a força da mastigação, gerando trincas, fraturas e infiltrações dos dentes. As restaurações permanecem ali, liberando metais pesados diariamente na corrente sanguínea e vapores tóxicos cada vez que nós ocluímos (mastigamos), pois ela são voláteis.
Há muitos estudos científicos que identificam o mercúrio do amálgama de prata como um potencial causador ou contribuinte para diversas patologias. Vou citar aqui algumas, mas são mais de 250 alterações comprovadas.
- Acronidia (intoxicação por mercúrio em crianças) ou sintomas semelhantes: instabilidade emocional, perda do apetite, fraqueza geral e alterações na pele.
- Anorexia.
- Problemas cardiovasculares, pulso instável, mudanças na freqüência cardíaca, taquicardia.
- Alterações cognitivas, impedimentos neurológicos: perda da memória, diminuição da função mental, dificuldade no processamento visual e verbal.
- Distúrbios neurológicos (tontura, confusão mental, incoordenação motora), esclerose múltipla, alzheimer, autismo.
- Delírios, alucinações.
- Desregulação endócrina (aumento da tireóide).
- Dores de cabeça
- Eretismo (estado de excitabilidade, irritação de algum órgão – coração, por exemplo), respostas anormais a estimulação e instabilidade emocional.
- Fadiga crônica.
- Comprometimento auditivo, visual, olfativo, alteração do paladar.
- Inflamações bucais como gengivites, periodontites, liquem plano oral.
- Alterações na resposta nervosa, neuropatia periférica, diminuição da coordenação, diminuição da função motora, polineuropatia, alterações neuromusculares como fraqueza, atrofia muscular e espasmos.
- Problemas renais.
- Problemas respiratórios: irritação brônquica, bronquite, tosse, dispineia, pneumonite, insuficiência respiratória.
- Insônia.
Os amálgamas podem conter diferentes concentrações de diversos metais, entre eles prata, cobre, zinco, estanho e mais de 50% de mercúrio (que é 10 x mais tóxico para os neurônios do que o chumbo).
- Problemas psicológicos: alterações de humor relacionados à raiva, depressão, excitabilidade, irritabilidade, mudanças de humor, nervosismo.
- Timidez: timidez excessiva, exclusão social.
- Perda de peso.
- Tremores.
- Imunossupressão: comprometimento do sistema imunológico, alergias, doenças auto imunes.
- Problemas reprodutivos, alterações pós-natais (tanto na mãe como na criança).
- Artrose.
- Aumento do estresse oxidativo.
Assustador? Muito!
O efeito neurotóxico do Hg (mercúrio) ocorre pois ele circula facilmente por todo o organismo, e por ser lipossolúvel (solúvel na gordura), atravessa a barreira hemato-cefálica se acumulando no tecido nervoso, causando tantos danos.
Uma pequena quantidade de Hg armazenado no cérebro é eliminada muito lentamente, com uma meia-vida de vários anos ou mesmo décadas.
As fendas sinápticas dos neurônios desaparecem e no seu lugar se formam emaranhados neurofibrilares, presentes no diagnóstico do Alzheimer, ou seja, quando há presença de mercúrio na cavidade bucal de uma pessoa, ela pode apresentar as mesmas anormalidades bioquímicas do Alzheimer.
E pacientes que sofrem desse mal, apresentam níveis altos de Hg no cérebro, sangue e demais tecidos.
É comprovado que as restaurações de amálgama são as principais fontes de mercúrio. Por isso é tão importante o protocolo de remoção segura dessas restaurações e a conscientização da classe odontológica em não mais realizar esse tipo de restauração.
O protocolo de remoção abrange suplementação de vitaminas e minerais a fim de eliminar o mercúrio do organismo e a proteção do paciente e do profissional durante o procedimento.
Infelizmente poucos profissionais estão habilitados em fazer a remoção segura dessas restaurações. Os dentistas integrativos têm experiência nisso.

Infelizmente poucos profissionais estão habilitados em fazer a remoção segura dessas restaurações. Os dentistas integrativos têm experiência nisso.
Mas não é só de metal que vive a odontologia. As resinas que substituem as ligas metálicas utilizadas nas restaurações são de plástico, o Bis GMA (bisfenol A glicidil metacrilato). Essa substância é um disruptor endócrino. Resumidamente, um disruptor endócrino é um agente exógeno (que vem de fora) que se liga aos receptores hormonais do nosso organismo, causando alterações na produção e funções fisiológicas que os hormônios – agora sem os receptores disponíveis – são responsáveis. Isso acarreta distúrbios de comportamento, problemas de memória e maior risco de puberdade precoce, câncer, diabetes e doenças cardiovasculares. Você já deve ter visto produtos plásticos (potes, mamadeiras, pratos, etc) com a famosa sigla BPA free. A boa notícia é que já existem resinas odontológicas livres de Bis GMA.
Outros tipo de resinas utilizados na odontologia (em confecção de provisórios, próteses removíveis, etc.) podem causar alergias na mucosa dos pacientes.
Dentistas integrativos podem fazer um exame chamado Biorresoância, que mostra se a pessoa pode ou não utilizar esses e outros materiais.
Outro disruptor endócrino que infelizmente ainda estamos longe de eliminarmos é o flúor.
Além de causar todos os problemas acima citados, ele ainda substitui os cristais de hidroxiapatita do esmalte dentário e da glândula pineal por flourapatita (que calcifica a pineal e não protege os dentes de cárie). E o flúor está presente na água de abastecimento (com a desculpa de proteger das cáries, o que de fato, não ocorre), em cremes dentais e em medicamentos que tem flúor no nome (exemplo: fluoxetina, femme flúor, etc.). É muito comum acontecer intoxicação por flúor, visto em manchas e má formação dos dentes.
Calma… sei que é muita informação pra um artigo só, e que quando adquirimos informações assim, não podemos mais negligenciar o que aprendemos. A cada dia mais profissionais da odontologia estão “acordando” e estudando para fazer dos produtos utilizados nessa área mais biocompatíveis com o organismo humano, minimizando os seus efeitos deletérios.
Procure um profissional que pense de forma holística, e que ofereça tratamentos integrativos.
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