conheça mais sobre a Bandeira da Paz e o
Pacto de Röerich abaixo
MISSÃO
Nos tornarmos agentes de transformação em busca da paz, da evolução e da consciência dos seres humanos, sociedades e do planeta terra.
VISÃO
Ver e viver a paz e a harmonia de cada ser vivo seja na sua relação consigo mesmo, com os outros, com a sociedade, com o planeta e com a Criação.
BANDEIRA DA PAZ
A Bandeira da Paz, como é bem conhecida, é o símbolo do Pacto de Röerich. Esse grande ideal humanitário estabelece, na área das realizações culturais da humanidade, uma proteção semelhante à da Cruz Vermelha no alívio do sofrimento físico do homem, conforme o estabelecido nos Artigos I e II do Pacto de Paz: (vide Pacto Röerich).
As instituições educacionais, artísticas e científicas, as missões artísticas e científicas, o pessoal, a propriedade e coleções de tais instruções e missões serão consideradas neutras e, como tais, serão protegidas e respeitadas pelos beligerantes. A proteção e o respeito serão devidos às instituições e missões acima mencionadas, em todos os lugares sujeitos à soberania das Altas partes Contratantes, sem nenhuma discriminação quanto à lealdade ao Estado por parte de qualquer instituição ou missão, em particular. As instituições, coleções e missões assim registradas, poderão apresentar uma bandeira própria que lhes darão direito à proteção especial e respeito por parte dos beligerantes, dos governos e pessoas de todas as altas partes contratantes.
O desenho da Bandeira da Paz apresenta três esferas rodeadas por um círculo em cor vermelha escura sobre um fundo branco. Das muitas interpretações nacionais e individuais deste símbolo, as mais usuais são, talvez, as da Religião, Arte e Ciência como aspectos da Cultura que é o círculo que as está envolvendo; ou as realizações da humanidade, no passado, presente e futuro, guardadas dentro do círculo da eternidade. Estas duas interpretações são igualmente boas, pois representam uma síntese de vida que é um preceito verdadeiro e justo de governo.
BANDEIRA DO SÍMBOLO DA PAZ
Este símbolo da tríade, que pode ser encontrado em todo o mundo, pode ter vários significados. Alguns o interpretam como o símbolo do passado, do presente e do futuro, encerrado no anel da eternidade; outros consideram que se refere à religião, ciência e arte, reunidas dentro do círculo da Cultura. Mas não importa qual seja a interpretação, o próprio símbolo é de caráter universal. O mais velho dos símbolos hindus, Chintāmaṇi, o signo da felicidade, é composto por este símbolo e podemos achá-lo no Templo do Céu, em Pequim. Aparece nos três tesouros do Tibete; no peito do Cristo, no quadro bem conhecido de Memling; na Madonna de Estrasburgo; nos Escudos dos Cruzados e nos Brazões dos Templários. Pode ser visto nas lâminas das famosas espadas caucasianas conhecidas como “Gurda”.
Aparece como um símbolo em vários sistemas filosóficos. Pode ser encontrado nas imagens de Gessar Khan e Ridgen Djapo, na “Tamga” de Timurlane e no Brazão dos Papas. Pode ser visto nos trabalhos de antigos pintores espanhóis e no de Ticiano, e no antigo ícone de São Nicolau, em Bari, e no de São Sérgio e da Santíssima Trindade.
Pode ser encontrado no Brazão da cidade de Samarcanda, em antiguidades Etíopes e Coptas, nas rochas da Mongólia, em anéis tibetanos, nos ornamentos de peito de Lahul, Ladak e em todos os países do Himalaia, e na cerâmica da era neolítica.
É visível nas bandeiras budistas. O mesmo símbolo é marcado em cavalos mongóis. Nada, então, poderia ser mais apropriado para reunir todas as raças do que este símbolo que não é um mero ornamento, mas um símbolo que carrega com ele um profundo significado. Existiu por imensuráveis períodos de tempo e pode ser encontrado pelo mundo todo. Ninguém, portanto, pode pretender que pertença a qualquer seita específica, confusão ou tradição, e ele representa a evolução da consciência em todas as suas variadas fases.
Quando se trata de defender os tesouros do mundo, não poderia ter sido selecionado um símbolo melhor, pois ele é universal, de antiguidade ilimitada e carrega com ele um significado que deveria encontrar um eco em cada coração.
Helena Röerich escreveu, no livro “Cartas de Helena Röerich”, Volume I, Tomo II:
A nobre idéia da Bandeira da Paz deve gradualmente tomar a vida e, como diz um escritor, “Cada cientista, cada criador, cada professor, cada estudante, cada um que pensar sobre o significado da História, deve apressar-se em responder à convocação de Nicholas K. Röerich, que ergue a Bandeira da Paz por sobre todo o mundo. É claro que esta paz é também luta. Mas não é uma luta pelo bem-estar pessoal, mas sim uma defesa contra as forças obscuras, que estão atacando os tesouros do espírito…” Não são os estatutos que importam, e sim a vontade individual dos trabalhadores culturais.
Eles não estão unidos ainda, mas precisam fundir-se numa corrente, num rio que flui, engrossando-se ao desaguar no grande oceano de idéias…
A idéia de defender as criações do gênio humano é tão bela e tão essencial que é imperativo pô-la em prática o mais cedo possível. Pense quantos anos terão transcorrido antes que a consciência das massas esteja preparada para respeitar o que a Bandeira se propõe, mas o tempo não espera. Na Espanha foi recentemente destruída uma igreja antiga, juntamente com as pinturas de alguns dos melhores mestres. É longa a lista dos inestimáveis tesouros que têm sido destruídos. Está na hora de pôr cobro a este vandalismo.
INFORMAÇÕES SOBRE A PINTURA – MADONA ORIFLAMA – 1932
Na iconologia de Röerich, as mulheres são propagadoras e guardiães da cultura e beleza universal, as que levantarão a Bandeira da Paz. “Mulheres, realmente vocês tecerão e desdobrarão a Bandeira da Paz”, escreveu ele. “Destemidamente vocês ascenderão para defender o aperfeiçoamento da vida. Vocês acenderão um belo fogo em cada lar que criar e o sustentará. Vocês dirão a primeira palavra sobre beleza. Vocês pronunciarão a palavra sagrada CULTURA”. Indubitavelmente a imagem que Röerich tem da mulher foi inspirada e influenciada por Helena Röerich, que devotou muitos dos seus escritos ao papel destinado às mulheres na Nova Era.
Numa carta escrita para um amigo em 1937 ela expressou com muita eloqüência a sua visão sobre este papel: “As mulheres devem acreditar que elas possuem toda a força e, no momento em que elas se despojarem dos condicionamentos impostos pela velha era no que concerne a sua aparente subjugação legal e inferioridade mental e se ocupar com uma educação diversificada, ela criará em cooperação com o homem, um mundo novo e melhor. Verdadeiramente é essencial que a própria mulher conteste a declaração desmerecida, indigna e de profunda ignorância sobre a sua receptividade passiva e conseqüentemente sua inabilidade para criar independentemente. Mas no cosmo interno não há elemento passivo. Na corrente da criação cada manifestação ocorre por turnos, se tornam relativamente ativo ou passivo, doador ou receptor. O Cosmos afirma a grandiosidade do Princípio criativo da mulher. A mulher é a personificação da natureza, e é a natureza que ensina ao homem e não o homem que ensina a natureza. Portanto, que toda a mulher acredite na excelência de sua origem e que elas se esforcem pela aquisição do conhecimento. Onde há conhecimento existe poder.
Nas lendas antigas eram atribuídas às mulheres os papeis de guardiães do conhecimento sagrado. Então, que elas também se lembrem de Eva a sua ancestral que foi difamada e caluniada e, que novamente dêem ouvidos a voz da intuição, não apenas comendo o fruto do conhecimento do bem e do mal, mas também plantem quantas árvores forem possíveis que produzam o fruto do conhecimento; e como outrora, quando ela privou Adão do seu estúpido e sem sentido estado de graça, deverá conduzi-lo para uma nova visão ainda mais vasta e ampla e para a majestosa batalha com o caos da ignorância pelos direitos divinos da mulher.
A Madona Oriflama (1932), segurando a Bandeira da Paz, o trabalho que Röerich escolheu para representar o Pacto da Paz, está pintada com uma auréola dourada, vestida em um robe de veludo de cor púrpura e sentada em uma almofada. Os três círculos do símbolo da bandeira são repetidos no adereço da cabeça. Ela é uma descendente direta da Rainha do Paraíso e da Mãe do mundo. Em cada lado dela estão duas janelas estreitas e arqueadas através das quais pode ser vista uma paisagem salientada por pequenas torres e pináculos de uma velha cidade européia, à maneira das pinturas renascentistas. Esta alusão visual ao Renascimento pode ser um atributo simbólico ao florescimento do humanismo e cultura que caracterizaram este período dentro da Era Cristã.
PACTO DE RÖERICH
Assinatura do Pacto
O Pacto de Paz de Nicholas Röerich é um documento que continua em vigor e, portanto, é oficial. Por isso, ainda há tempo para que seja respeitado e cumprido e por este objetivo que nos propomos: trabalhar para que o Pacto de Paz de Nicholas Röerich, que é o documento mais completo que há no Planeta para estabelecer a Paz Mundial, através da união das nações, torne-se finalmente realidade.
O Pacto Röerich foi primeiramente aceito por vinte e uma nações das Américas e assinado como tratado de União Cultural na Casa Branca, na presença do Presidente Franklin Delano Roosevelt, em 15 de abril de 1935, por todos os membros da União Panamericana. Mais tarde, foi igualmente assinado por outros países. Por ocasião do encerramento da assinatura, o Presidente Roosevelt proferiu a seguinte mensagem em uma transmissão internacional: “É muito apopriado que, neste dia, designado como o dia Panamericano pelos Chefes Executivos de todas as Repúblicas do Continente Americano, os Governos – membros da União Panamericana – assinassem um Tratado que marca um passo a frente na preservação das realizações culturais das Nações deste hemisfério. Abrindo este Pacto para a adesão das Nações do mundo, estamos tentando fazer uma aplicação universal de um dos princípios vitais para a preservação da civilização moderna. Este tratado possui um significado espiritual muito mais profundo do que o texto do próprio instrumento. Renovamos o nosso compromisso com estes altos princípios de cooperação internacional e auxílio que, tenho certeza, será uma grande contribuição das Américas para a civilização.”
Para marcar este momento, estamos publicando o PACTO RÖERICH na íntegra, utilizando o mesmo texto assinado em 15 de abril de 1935, com os nomes dos representantes de todos os países que firmaram o Pacto naquela oportunidade. Posteriormente, outros países também aderiram e firmaram o Pacto, mas infelizmente ele não atingiu os objetivos a que se propunha.
TEXTO OFICIAL DO PACTO INTERNACIONAL ROERICH DA PAZ E CULTURA
PROTEÇÃO DE TODAS AS INSTITUIÇÕES
ARTÍSTICAS E CIENTÍFICAS E MONUMENTOS HISTÓRICOS
TRATADO ENTRE OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
E AS OUTRAS REPÚBLICAS AMERICANAS
As Altas Partes Contratantes, animadas pelo propósito de prestar forma convencional aos postulados da Resolução aprovada em 16 de dezembro de 1933, por todos os Estados representados na Sétima Conferência Internacional dos Estados Americanos, realizada em Montevidéu, a qual recomendou aos “Governos da América que ainda não o tenham feito, que assinem o Pacto de Röerich, iniciado pelo Museu Röerich nos Estados Unidos, e que tem como objetivo a adoção universal de uma bandeira, já composta e amplamente conhecida, a fim de, assim, preservar em qualquer tempo de perigo todos os monumentos imovíveis nacionais ou pertencentes a particulares, que formam o tesouro cultural das nações”, resolveu concluir um tratado com esse fim em vista e, para levar a efeito o fato de que os tesouros da cultura sejam respeitados e protegidos em época de guerra ou de paz, acordam sobre os seguintes artigos:
ARTIGO I
Os monumentos históricos, museus, instituições científicas, artísticas, educacionais e culturais serão considerados neutros e, como tal, serão respeitados e protegidos pelos beligerantes. O mesmo respeito e proteção serão devidos aos funcionários das instituições acima mencionadas. O mesmo respeito e proteção serão devidos aos monumentos históricos, museus, instituições científicas, artísticas, educacionais e culturais em tempo de guerra, como em tempo de paz.
ARTIGO II
A neutralidade e respeito devidos aos monumentos e instituições mencionados no artigo precedente serão reconhecidos na totalidade da extensão dos territórios sujeitos à soberania de cada um dos Estados signatários e concordantes, sem qualquer discriminação com respeito à lealdade de cada Estado para com tais monumentos ou instituições. Os respectivos Governos concordam em adotar as medidas de legislação interna necessárias para assegurar a proteção e o respeito.
ARTIGO III
A fim de identificar os monumentos e instituições mencionados no artigo I, pode ser feito uso de uma bandeira distintiva (círculo vermelho com três esferas vermelhas dentro do círculo, em fundo branco), segundo o modelo anexo a esse tratado.
ARTIGO IV
Os governos signatários e concordantes com este tratado enviarão à União Panamericana, à época da assinatura ou acordo, ou em qualquer tempo após, a lista dos monumentos e instituições para os quais desejam a proteção acordada neste trabalho. A União Panamericana, ao notificar os governos que assinam ou acordam, igualmente enviará uma lista dos monumentos e instituições mencionados neste artigo, e informará aos outros Governos a respeito de quaisquer alterações na dita lista.
ARTIGO V
Os monumentos e instituições mencionados no artigo I cessarão de gozar dos privilégios reconhecidos no presente tratado, caso passem a ser utilizados para propósitos militares.
ARTIGO VI
Os estados que não assinarem o presente tratado na data em que for aberto às assinaturas, podem fazê-lo ou a ele aderirem em qualquer tempo.
ARTIGO VII
Os instrumentos de acordo, bem como os de ratificação e rompimento do presente tratado, serão depositados junto a União Panamericana, que comunicará o aviso do ato do depósito aos outros Estados signatários.
ARTIGO VIII
O presente tratado pode ser rompido a qualquer tempo por quaisquer Estados signatários ou concordantes, e o rompimento será efetivado três meses após a solicitação haver sido encaminhada aos outros Estados signatários ou concordantes.
Em testemunho disto, os plenipotenciários Abaixo Assinados, após haverem depositado seus plenos poderes encontrados em forma devida e apropriada, assinam este tratado em nome de seus respectivos governos, e afixam aqui seus selos, nas datas que aparecem apostas às suas assinaturas.
Pela República da Argentina: FELIPE A. ESPIL 15 de abril de 1935
Pela Bolívia: ENRIQUE FINOT 15 de abril de 1935
Pelo Brasil: OSWALDO ARANHA 15 de abril de 1935
Pelo Chile: M. TRUCCO 15 de abril de 1935
Pela Colômbia: M. LOPEZ PUMAREJO 15 de abril de 1935
Pela Costa Rica: MAN. GONZALEZ Z 15 de abril de 1935
Por Cuba: GUILLERMO PATERSON 15 de abril de 1935
Pela República Dominicana: RAF. BRACHE 15 de abril de 1935
Pelo Equador: C. E. ALFARO 15 de abril de 1935
Por El Salvador: HECTOR DAVID CASTRO 15 de abril de 1935
Pela Guatemala: ADRIAN RECINOS 15 de abril de 1935
Pelo Haiti: A. BLANCHET 15 de abril de 1935
Por Honduras: M. PAZ BARAONA 15 de abril de 1935
Pelo México: F. CASTILLO MAJERA 15 de abril de 1935
Pela Nicarágua: HENRI DE BAYLE 15 de abril de 1935
Pelo Panamá: R. J. ALFARO 15 de abril de 1935
Pelo Paraguai: ENRIQUE BORDENAVE 15 de abril de 1935
Pelo Peru: M. DE FREYRE Y S. 15 de abril de 1935
Pelos Estados Unidos da América: HENRY A. WALLACE 15 de abril de 1935
Pelo Uruguai: J. RICHLING 15 de abril de 1935
Pela Venezuela: PEDRO M. ARCAYA 15 de abril de 1935
CONSIDERANDO que o dito tratado haja sido devidamente ratificado pelos Estados Unidos da América, cujo instrumento de ratificação foi depositado junto à União Panamericana em 13 de julho de 1935;
E CONSIDERANDO que o dito tratado haja sido devidamente ratificado igualmente pela República de Cuba, cujo instrumento de ratificação foi depositado junto a União Panamericana em 26 de agosto de 1935;
AGORA, PORTANTO, Seja conhecido que eu, Franklin D. Roosevelt, Presidente dos Estados Unidos da América, fiz com que o dito Tratado fosse tornado público com o fim de que todos e os mesmos artigos e cláusulas possam ser observados e cumpridos em boa fé pelos Estados Unidos da América e seus cidadãos.
EM TESTEMUNHO DISTO, afixei o Selo dos Estados Unidos da América.
FEITO na cidade de Washington neste vigésimo quinto dia de outubro do ano de Nosso Senhor de mil novecentos e trinta e cinco, e centésimo sexagésimo ano da Independência dos Estados Unidos da América.
FRANKLIN D. ROOSEVELT
Pelo Presidente:
CORDELL HULL
Secretário de Estado.